domingo, 28 de agosto de 2011

Projeto Arquitetônico

Primeiramente é necessário conhecer os aspectos climáticos do local, a direção do vento, o nascer do sol, para então propor um ambiente construído o mais adequado àquele clima. A correta orientação solar dos ambientes em função das atividades desempenhadas e a permeabilidade da edificação ao vento para melhorar a sensação de conforto são fatores que já devem estar presentes nos primeiros esboços de uma proposta arquitetônica. Garantir conforto de forma passiva aos ocupantes de uma edificação é uma forma de eficiência energética, pois menor será o consumo de sistemas ativos utilizados para se obter condições de conforto. O projeto  arquitetônico é a planificação da delimitação dos espaços de um ambiente construído e o programa de necessidades é a espinha dorsal de um projeto arquitetônico.


Edificações projetadas com preocupações ecológicas podem reduzir significativamente os impactos negativos associados ao meio ambiente. Quando se fala de arquitetura sustentável, normalmente está querendo se dizer que a edificação pode se manter por conta própria, ou seja, com aproveitamento de águas pluviais para limpeza, tratamento ecológico de esgoto, reuso de águas servidas, uso de energia solar para aquecimento d’água, uso de energias alternativas, utilização de materiais de baixo impacto na cadeia produtiva, sistemas passivos de aquecimento e resfriamento, entre outros.

Pode ter certeza se quando formos projetar pensar em tudo isso nós iremos fazer parte dos poucos que ajudam ao meio ambiente.  A forma arquitetônica influencia no conforto ambiental, e consequentemente no consumo de energia, pois a forma tem relação sobre os fluxos de ar no interior e no exterior da edificação, e na quantidade de luz e calor solar recebidos pelo edifício (LAMBERTS et. al., 2004).


Artigo: Iluminação Natural e Eficiência Energética – Parte II Sistemas Inovadores para a Luz Natural

LUZ NATURAL EM ARQUITETURA:



Ao longo da história, a luz natural sempre teve um papel importante na arquitetura, do ponto de vista estético e simbólico, e em relação ao conforto e à iluminação funcional. Na Europa, o conhecimento de técnicas e a atenção ao projeto arquitetônico voltados à utilização da luz natural nos edifícios foram empregados desde a época romana; Vitruvio já discutia em seus escritos clássicos como prover uma boa iluminação natural. Os romanos elaboraram a primeira norma para proteger o direito à luz natural em propriedades existentes, contra configurações urbanas não favoráveis.
Na Idade Média e no período Barroco, em edifícios religiosos, a luz era utilizada como elemento expressivo. A busca da iluminação natural foi incrementada durante a Revolução Industrial, através das inovações tecnológicas (por exemplo, as novas técnicas para a produção de vidro). As implicações arquitetônicas da utilização da luz natural nos edifícios sempre foram, além disso, uma fonte de inspiração para os projetistas; neste sentido a iluminação natural sempre fez parte, ainda que implicitamente, do processo de projeto (BAKER et al, 1993).


Na metade do século passado, em parte devido ao desenvolvimento de sistemas mais eficientes e econômicos (por exemplo, as lâmpadas fluorescentes), passou-se a “excluir” o ambiente externo do projeto arquitetônico. Mesmo em edifícios construídos para responder ao problema da economia de energia, a iluminação natural era muitas vezes o aspecto mais negligenciado do projeto. Desta forma, apesar do aumento da eficiência das fontes luminosas e do desenvolvimento de sistemas de controle da luz artificial, a iluminação permanece sendo ainda hoje, na Europa e no Brasil, um dos maiores consumos de energia em edifícios não residenciais (BAKER et al, 1993; LAMBERTS, 1996).
Na última década, progressos significativos nos sistemas para a luz natural foram feitos, incluindo componentes de projeto inovadores e novos materiais, que podem ser usados para controlar e redirecionar a luz natural nos ambientes. O recente interesse pelas questões ambientais, e a busca de eficiência energética e conforto ambiental em edifícios, estimulou um retorno ao uso da luz natural nos edifícios.

SISTEMAS PARA A LUZ NATURAL

Um sistema para a luz natural é uma adaptação da janela/abertura zenital que tem como objetivo melhorar/otimizar a quantidade e melhorar a distribuição de luz natural no espaço. Os sistemas para a luz natural utilizam a luz do zênite e do céu de maneira eficiente, guiando-a com mais profundidade e uniformidade para o interior dos ambientes.
Podem ter o mesmo efeito de proteção solar que normalmente se consegue com os dispositivos de sombreamento externo, reduzindo as temperaturas internas e/ou os custos de ar condicionado, devido à diminuição da carga térmica.






O Laser Cut Panel desfruta dos mesmos princípios de refração da luz incidente, direcionando-a para o teto do ambiente. Consiste em uma placa de acrílico cortada a laser internamente, colocada dentro de dois vidros. Os cortes funcionam como um espelho dentro do acrílico, desviando o feixe de luz que chega. A quantidade de luz desviada depende da profundidade dos cortes e da distância entre eles, bem como do ângulo de incidência da luz e da inclinação do LCP2.
Apesar de não funcionar como proteção solar, pois não exclui os raios diretos, o laser cut panel apresenta a vantagem de possuir uma transparência muito maior do que os sistemas prismáticos, permitindo a visão externa. Deve ser utilizado com critério, evitando fachadas muito expostas.